Como ajudar os jovens a se tornarem bons leitores de conteúdo online

Nunca é fácil saber logo de cara se as informações que você vê são confiáveis. No entanto, assim como no mundo offline, há algumas dicas básicas para ajudar jovens a discernirem quando fatos e informações são precisos e confiáveis, bem como a conseguirem identificar aqueles que não são.

Vamos começar com o básico. Antes de interagir ou compartilhar algo, ajude os adolescentes a fazerem algumas perguntas que podem esclarecer o conteúdo em questão: Quem? O quê? Onde? Quando? e Por quê?

• Quem compartilhou este conteúdo? Você conhece a pessoa? De onde? Se o conteúdo foi compartilhado de outra fonte, qual é a fonte? Quanto mais você se aproximar da fonte original, mais informações terá sobre o assunto.
• O que outras fontes dizem? Antes de compartilhar algo, veja se consegue encontrar outras fontes respeitáveis que afirmam a mesma coisa. Informações confirmadas por outras fontes confiáveis são mais propensas a estarem corretas.
• De onde a informação vem? Fontes de notícias que levam a sério a integridade jornalística serão transparentes sobre a origem das informações que passam. Ensine os adolescentes a consultarem a página "Sobre" se as fontes de notícias tiverem uma. Além disso, mostre a importância de ver há quanto tempo elas existem e se é possível confiar nelas levando em conta outras informações.
  
• Quando o conteúdo foi criado? Algumas vezes, imagens, citações ou histórias antigas são reaproveitadas sob uma nova perspectiva, resultando na disseminação de desinformação. Saber quando algo foi originalmente criado oferece contexto sobre o conteúdo, dando a ele mais um sinal de credibilidade.
• Por que o conteúdo foi criado? Pense no motivo pelo qual um conteúdo foi criado e compartilhado. Alguns tipos de conteúdo são elaborados para nos manter informados. Outros, para nos fazer sorrir. Contudo, existem outros que são criados por nenhum motivo específico. Se você conseguir identificar os motivos por trás da criação de um conteúdo, isso ajudará a saber se ele é confiável ou não.

Todas essas dicas são apenas o começo. Levará tempo para que os adolescentes desenvolvam um bom discernimento de quais informações na internet são confiáveis ou não. Crie o hábito de passar um tempo online com eles. Dessa forma, será possível levá-los para um local em que eles podem usar o próprio senso crítico para escolher o que leem, criam, compartilham ou com o que interagem na internet.

Além das perguntas acima que fornecem mais contexto sobre o conteúdo, há algumas outras dicas para ajudar jovens e adolescentes a desenvolver os conjuntos de habilidades independentes necessários para se tornarem bons consumidores de mídia online.

Mantenha o diálogo

A alfabetização midiática começa em casa. Ela é um processo, e não ocorre de um dia para outro. Levará tempo e esforço da parte dos pais para ajudar os jovens e adolescentes a navegarem no mundo das informações online. Esse aprendizado pode ser mais fácil caso envolva os adolescentes e se pareça com um debate. Converse com eles sobre:

• Quem eles seguem online?
• Quais tipos de conteúdo eles veem e compartilham?
• Quais abordagens eles usam para avaliar o material que veem?
• O que eles fazem quando veem informações que podem não ser confiáveis?
• Eles analisam de maneira crítica um conteúdo antes de compartilhá-lo?

Exercícios de alfabetização midiática

Confira um exercício para realizar com adolescentes sobre como encontrar fontes confiáveis. Essa atividade ajudará você a praticar a verificação de fontes e informações encontradas online.

• Visite um site ou uma plataforma que você ou os adolescentes usam para encontrar informações.
• Escolha um artigo, um blog, um vídeo ou outro conteúdo informativo para vocês verem juntos.
• Aplique as perguntas "Quem? O quê? Onde? Por quê?" e desenvolva um método para identificar informações confiáveis.

Isso é algo que vocês podem e devem fazer juntos.

Levará tempo, mas com um pouco de prática e o seu apoio, os adolescentes poderão adquirir as habilidades necessárias para agir criticamente em relação às informações que encontram online. Dessa forma, é possível combater a disseminação da desinformação.