Buscando o equilíbrio nos mundos físico e digital

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12 de março de 2024

Quando se trata da criação de filhos em um mundo digital, uma das perguntas mais comuns que os pais fazem é "quanto tempo de tela é apropriado para uma criança de ___ anos?". Essa pergunta vem de um entendimento de que devem existir limites saudáveis para as crianças usarem a tecnologia. Isso se aplica a qualquer atividade que corra o risco de interferir com outras atividades importantes da vida. No entanto, usar o relógio como a principal forma de definir limites pode não ser a melhor abordagem para criar crianças digitais saudáveis.

Existem vários desafios em se concentrar na quantidade de tempo que uma criança passa diante das telas todos os dias. Primeiro, a pesquisa que levou a recomendações de tempo de tela foi baseada no consumo passivo de TV (muito antes de a internet existir). Assistir TV é uma atividade muito diferente de vários tipos de atividades digitais acessadas pelas crianças hoje em dia. A questão mais importante ao estabelecer limites de tempo para moderar o uso de tecnologia é que cria a percepção de que todas as atividades digitais têm o mesmo valor. Nada poderia estar mais longe da verdade! Vamos olhar para duas atividades digitais: um bate-papo de vídeo com um avô e jogar um jogo repetitivo baseado na sorte. As duas atividades acontecem em um dispositivo (com uma tela), mas o valor de cada atividade é bem diferente. Quando moderamos o uso de dispositivos por tempo de tela, ensinamos aos jovens que o uso de tecnologia é binário (permitido ou não), sugerindo que todas as atividades digitais têm o mesmo valor. Isso remove a necessidade de desenvolver a habilidade crítica de aprender para reconhecer quais atividades digitais são mais valiosas do que outras, e, portanto, quais merecem mais do nosso tempo.

Se abandonarmos o uso do tempo de tela como ferramenta para moderar o uso da tecnologia em nossas famílias, qual é a melhor abordagem para mantê-lo sob controle? Em vez de impor limites rígidos de tempo de tela, o conceito que devemos ensinar é o equilíbrio. Esse é um conceito que ensinamos regularmente no mundo físico. Salientamos que pessoas saudáveis equilibram o tempo que passam com amigos, familiares e sozinhas. Elas sabem equilibrar o exercício e o repouso. Separam tempo para trabalho e lazer, manter a seriedade e se divertir.

O valor da grande maioria das atividades é determinado pela relação proporcional com outras atividades. Exercícios físicos são uma coisa boa, mas não em excesso. Eles não podem interferir nas tarefas de casa ou no tempo passado com familiares e amigos. Descansar também é bom. No entanto, dormir demais, principalmente se for um hábito, diminui nossa produtividade e saúde mental. Ser imaginativo é bom. Porém, quando feito em contextos errados, é considerado mentir.

Além disso, o equilíbrio também pode não parecer o mesmo de um dia para o outro. Na véspera da entrega de um grande projeto de ciências, não seria sensato pedalar o dia inteiro. Na véspera de um recital de violino, pode ser inapropriado passar o dia todo lendo em vez de praticar, mesmo que, em um dia diferente, isso possa ser uma ótima escolha. Pais, mães e responsáveis devem observar indicadores no mundo físico de que as atividades parecem desequilibradas. Encontrar o equilíbrio no mundo virtual é tão importante quanto no mundo físico. Temos de ser igualmente inflexíveis na hora de ajudar nossos filhos a aprenderem a encontrar o equilíbrio digital, assim como os ajudamos a encontrar o equilíbrio em outras partes da vida. Os três princípios a seguir podem ajudar.

Ensinar equilíbrio prepara nossos filhos para o sucesso no futuro. Queremos que aprendam a reconhecer quando é hora de passar para outra atividade (não pelo cronômetro, mas pelo desejo de manter o equilíbrio).

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